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Certificação com selo Inmetro, leva o quesito Social do ESG, para o próximo estágio

As estratégias de ESG servem como balizador para orientar as organizações na aplicação dos critérios ambientais, sociais e de governança corporativa. Nada de novo. Contudo, na prática, as questões ligadas à sustentabilidade e governança são os pilares percebido e de fato implantado pelas empresas, pelo menos, aquelas de grande porte. Tudo isso bem passível de ser aferido, com impacto direto no mercado de capitais.

O mesmo não podemos dizer ainda sobre o investimento voltado ao “ Social” das empresas;
porém há esperança de mudanças e a aferição de dados vidando a certificação do quão sociais , inclusivas e diversas as empresas realmente são, é o que promete o novo selo homologado pelo Inmetro para a metodologia desenvolvida pelo Instituto Olga Kos de inclusão cultural, a escala cidadã ECOK. “ Só é efetivo o que se pode medir (…). O que queremos com esse selo é que as empresas queiram adotar o caminho do conhecimento, porque só assim elas mudam de atitude“ explica o presidente do instituto, Wolf Kos.

A certificação do Instituto Olga Kos é fundamentada em 20 indicadores, 37 requisitos e tem cinco importantes variáveis:

  1. Arquitetônica – eliminação de barreiras físicas;
  2. Atitudinal – percepção do outro sem preconceitos, estigmas, estereótipos, e discriminações nas relações institucionais;
  3. Comunicacional – eliminação de barreiras na comunicação interpessoal, escrita e virtual;
  4. Metrologia – programas de capacitação e treinamento contemplativos, eliminando obstáculos pedagógicos para os colaboradores;
  5. Programática – eliminação de atravancos presentes nas políticas institucionais

O “S” lida com pessoas !

felicidade organizacional é uma ciência com comprovações de estudos realizados pelas mais relevantes universidades do planeta, mas o conceito em si do ser feliz remete a preconceitos e quando são aplicados erroneamente atribui-se a ideias de alegrias ou prazeres que pouco significam no bem-estar duradouro a longo prazo.

A Felicidade corporativa engloba características de liderança positiva, de propósito, de alinhamento de valores e necessidades, da criação de ambientes positivos internos, inclusão, equidade, diversidade, de fomentar a benevolência e de fundamentar o voluntariado. É preciso dar significado aos nossos porquês e o resultado de implantar estratégias de Felicidade são colaboradores mais produtivos, criativos, engajados, mais saudáveis, que se relacionam melhor, negociam melhor, são inovadores e até vivem mais!

Como as pessoas se sentem, reflete no comportamento delas, que por sua vez responde por 75% (Shawn Archor, o grande potencial) dos resultados de qualquer empreendimento. Ser feliz é preditor de sucesso (Sonja Lyubomirsky Universidade da Califórnia). Pessoas têm deficiências físicas e mentais, diferem em gênero, raça, características físicas e quanto mais eclético um ambiente se apresenta, melhor elas performam (Mckinsey, 2021).

Embora sejamos todos nós, pessoas tão diferentes umas das outras, respondemos de forma uníssona ao mesmo porquê existencial: estamos aqui para sermos felizes (dados do relatório mundial da felicidade Gallup, ONU). E toda felicidade é uma decisão interna que se manifesta em coletividade, logo estamos aqui para sermos e para fazermos outros felizes. 

A felicidade é, segundo a ONU a base do desenvolvimento sustentável da humanidade. Trazer esse conceito para práticas passíveis de serem certificadas, sem dúvida abre novas possibilidades numa época particularmente necessitada de cuidados às pessoa e sua saúde mental.

“Não basta uma empresa ter rampa de acesso e banheiros adaptados para cadeirantes ou ter mulheres em cargos de gestão para ser inclusiva. Para obter a certificação de empresa inclusiva, a companhia precisa alcançar, no mínimo, um patamar de 75% dos critérios estabelecidos” explica Natália Mônaco, coordenadora do departamento de pesquisa do Instituto Olga Kos. Nada de estilo “Greenwashing”, os critérios são claros.

“P’s” mundo corporativo: Planeta, Pessoas, Prosperidade, Parcerias e Paz. Aparentemente, encontramos a fórmula perfeita para vivermos eternamente felizes na nossa amada Terra, certo? Romantizar às vezes é preciso, mas não estamos longe disso.
Índices crescentes de ansiedade, depressão, burnout e outras tantas síndromes patológicas psicológicas mostram que as organizações estão longe da criação de estruturas adequadas para a saúde mental de todos os envolvidos. E eu não disse das doenças mentais, mas da saúde em si. Fomentar um ambiente saudável não é o mesmo que remediar ou apoiar as consequências dos fatores que levam à baixa imunidade mental. Em treinamentos e palestras nas empresas deparo-me frequentemente com o paradoxo do bem-estar. Mesmo aqueles profissionais responsáveis pela gestão de pessoas ainda estão enraizados demais em checklists e feedbacks operacionais, num modelo ultrapassado de gestão que trata mais do que previne e raramente potencializa o bem-estar para obter mais resultado. É uma forma de miopia por repetição, ou como escreveu Caetano Veloso: “Cego de tanto vê-la”. 
A criação de uma metodologia aplicada às questões sociais é um grande passo em direção à sua relevância. “Não basta uma empresa ter rampa de acesso e banheiros adaptados para cadeirantes ou ter mulheres em cargos de gestão para ser inclusiva. Para obter a certificação de empresa inclusiva, a companhia precisa alcançar, no mínimo, um patamar de 75% dos critérios estabelecidos” explica Natália Mônaco, coordenadora do departamento de pesquisa do Instituto Olga Kos. 

O novo selo de certificação de inclusão social traz variáveis significativas para o bem-estar subjetivo, principalmente através das métricas que envolvem a comunicação, atitude e cultura corporativa, contudo, escalas de satisfação e outros processos diretamente correlatos à psicologia positiva ou saude mental, ainda não fazem parte direta do processo. Porém, o Instituto Olga Kos está determinado a promover uma transformação, aberto a inovações e preparado para fazer a diferença.

Sandra Teschner

Administradora de empresas, pós-graduada em Neuropsicologia e Chief Happiness Officer certificada pela Florida International University. Fundadora do Instituto Happiness do Brasil, um centro de estudos e projetos de Felicidade Intencional. É jornalista, autora, palestrante e engajada social.