Outro dia fiz uma reflexão bastante íntima sobre a felicidade e do que precisamos para humanidade ser mais feliz.
A maioria dos cientistas e dos indicadores nos mostra que o atual modelo de desenvolvimento está esgotando os recursos naturais, aquecendo o planeta, dizimando a biodiversidade, derrubando nossas florestas, transformando terras férteis em desertos, poluindo o ar e as águas, aumentando a desigualdade, e piorando a qualidade de vida, no campo e nas cidades.
Porém, paradoxalmente, somos expostos diariamente a uma mídia que nos mostra e induz que o caminho da felicidade passa pelo consumo, pela aquisição da roupa de grife, do carro do ano, do último modelo de celular ou do eletrodoméstico.
O consumo e o acúmulo de bens sem limites e nunca saciados que propulsionam esse modelo suicida de desenvolvimento, que na minha humilde opinião, este comportamento nos distancia do ser feliz.
É claro que condições materiais razoáveis de vida são importantes, e é fundamental que as políticas públicas objetivem proporcionar essa realidade para todos.
Mas centrar a felicidade no consumo e no acúmulo de bens é insustentável. Ao olhar todos os apelos que hoje relacionam consumo à felicidade, é de se perguntar: como fizeram antigas gerações, antes de todas essas invenções, para serem felizes?
Como fazem as pessoas sem carros ou sem últimos modelos para serem felizes? Por que muitas pessoas que têm todos esses bens são infelizes?
Só teremos um modelo de desenvolvimento sustentável que preserve o planeta, reduza a desigualdade e promova a paz, a solidariedade e a qualidade de vida das pessoas e das futuras gerações, se houver uma ampla reflexão pessoal e coletiva sobre a felicidade, sobre o que realmente precisamos para sermos felizes.
Para mim ser feliz é ter uma boa convivência em família, ter bons e verdadeiros amigos e contribuir com ações comunitárias; ter uma relação amorosa saudável, manter equilíbrio entre trabalho e vida pessoal; ter acesso à boa educação.
Estar conectado com a natureza; melhor convivência com animais; uma vida espiritual plena; fazer atividades físicas; ter acesso a saúde de qualidade e viver numa sociedade solidária e segura.
E se essa reflexão pautar a vida das pessoas, empresas, instituições e governos, não tenho dúvidas que teremos pessoas muito mais felizes neste mundão que habitamos.
E você? O que faz para ser feliz?
Flávia Vazquez Soares
Entrepreneurial, collaborative and transformative. Agent of changes and innovation. Turnaround management. Practitioner of customer experience and customer centric strategies. Motivated by positively impacting people, business and society.