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Relatório mundial da felicidade 2022 – Uma análise por Sandra Teschner

Benevolência é a descoberta mais promissora para um futuro mais feliz, segundo estudo mundial da felicidade

Finlândia lidera a lista dos países mais felizes do mundo há cinco anos; Dinamarca continua em segundo lugar, enquanto a Islândia subiu de quarto para terceiro; Brasil subiu 3 posições em relação a 2020 e ficou na 38ª

Em sua 10ª edição, o Relatório Mundial da Felicidade, publicado no dia 20, comemora o número crescente de leitores – chegando a mais de 9 milhões em 2021.  Desde o início este se baseia em duas ideias centrais: que a felicidade, ou avaliação da vida, pode ser medida por meio de pesquisas de opinião, e que os principais determinantes do bem-estar podem ser identificados, explicando assim os padrões de vida.  Essas informações, por sua vez, podem ajudar os países a elaborar políticas que visem uma sociedade mais feliz.

Talvez seja o grande mérito do relatório, o reconhecimento de que o progresso dos países deva ser medido através da felicidade de seu povo; e esta é a verdadeira grande razão para festejar. Mensurar a felicidade não é algo novo, assim como as “causas” que embasam uma vida feliz, já amplamente estudadas com análises e metanálises (o chamado estudo dos estudos), trazendo à luz da ciência conhecimento passível de ser verdadeiramente aplicado. Ser feliz está na base do desenvolvimento sustentável da humanidade, enquanto as gerações atuais têm a chance de vivenciar uma vida mais saudável e plena, o crescimento não compromete o futuro das próximas gerações. 

Dentre as muitas oportunidades promissoras, vale citar:

  1. A transformação do interesse público pela felicidade;
  2. Aumento no número de líderes em todo o mundo que veem cada vez mais como um objetivo importante e abrangente das organizações e políticas públicas;
  3. Com o incentivo da OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, órgão de importância internacional para assuntos que vão além da economia, incluindo educação e meio ambiente, quase todos os países membros da ONU, atualmente medem a felicidade de seu povo anualmente;
  4. Ainda que tenha havido, em média, uma tendência ascendente no estresse, preocupação e tristeza na maioria dos países e um ligeiro declínio no prazer de viver a longo prazo, a benevolência, resiliência e a confiança são fatores que chamam positivamente a atenção durante o COVID-19 e além.

Os dados de 2021, confirmam que as avaliações médias de vida, efeitos de compensação de influências negativas e positivas, permaneceram notavelmente resilientes durante o COVID-19.  Vale ressaltar que para os jovens, a satisfação com a vida caiu, enquanto para aqueles com mais de 60 anos (a geração prateada) aumentou. Os dados são claros: Em todas as regiões globais, houve um grande aumento na proporção de pessoas que doam dinheiro para caridade, ajudam estranhos e fazem trabalho voluntário em todas as regiões globais.  Ao todo, a média global dessas três medidas aumentou um quarto em 2021, em comparação com antes da pandemia. Os resultados mostraram que as comunidades que possuem altos níveis de confiança são mais felizes e resilientes diante de crises. Isso também pode ser aplicado à pandemia.

Ajuda em necessidade

As doações de caridade, ajuda a estranhos e voluntariado aumentaram em 2021 em comparação a 2020, em todas as regiões do mundo. Segundo o relatório, a média global das três ações (doações, ajuda, voluntariado) foi de cerca de 25% maior em 2021, do que antes da pandemia. Esse aumento, especialmente se tratando em ajudar estranhos, é uma evidência poderosa de que as pessoas estão ajudando e tornando o destinatário mais feliz, dando um bom exemplo para os outros e criando uma vida melhor para si mesmas.

Nenhuma grande novidade para aqueles que já agem pelas razões certas não saiba: Ame ao outro como a si mesmo, seja altruísta, cuide do mundo à sua volta, seja bom, gentil, confiante, grato, seja compassivo. “Segue o teu destino, Rega as tuas plantas, Ama as tuas rosas. O resto é a sombra de árvores alheias.” (Fernando Pessoa).

*Sandra Teschner é chief happiness officer certificada pela Florida International University também é fundadora do Instituto Happiness do Brasil, centro de estudos e projetos de Felicidade Intencional. Sandra é pós-graduada em Neuropsicologia, administradora de empresas, escritora, palestrante e engajada social.